O uso intensivo das tecnologias de informação e comunicação, em especial da internet, oferece novos contornos à capacidade de mobilização política dos grupos na sociedade da informação, pois favorece o surgimento de novos espaços para organização de movimentos sociais.
O fazer coletivo ou colaborativo é uma das noções básicas da web atual, que associadas aos movimentos sociais e questões políticas dá espaço ao ativismo que se desenvolve no ambiente virtual e se torna então a marca dos movimentos no agenciamento de adeptos e simpatizantes na luta por suas causas e defesa por seus direitos.
Um das categorias do ciberativismo se dá a partir da “organização e mobilização” – no uso da internet para uma determinada ação. Existem três formas de mobilização partindo do uso da rede: a) para convidar manifestantes para uma ação off-line (presencial); b) para uma ação que normalmente acontece off-line, mas que pode ser mais eficiente se executada on-line; c) para organizar e mobilizar pessoas para uma ação que só pode ser efetuada on-line.
Esse post destaca brevemente a primeira forma mencionada acima, na qual o ciberativismo contribui na mobilização de ações presenciais. É um ponto importante a se destacar uma vez que algumas pessoas acreditam que o ciberativismo só ocorre online, o que é um equivoco.
Indo ao caso específico desta postagem, o início (enquanto causa) refere-se ao dia 15 de dezembro no qual em uma votação relâmpago os parlamentares aprovaram o aumento vergonhoso dos próprios salários. O aumento seria seguido de um efeito cascata no qual os deputados estaduais e vereadores, mesmo conscientes que não havia argumento que justificasse tamanho absurdo, mantiveram o ato vergonhoso e de auto-benefício. E como nosso estado gosta de se destacar, ou aumento por aqui superou os 75% e os deputados de Alagoas passarão a receber mais do que os deputados federais, e isso em um Estado no qual mais de 80% da população sobrevive de programas assistencialistas de repasse de recursos do governo, como o do Bolsa Família.
Não é necessário ser muito bom de conta para saber o que mais de 75% de aumento representa, e que poderia ser usado para o povo, e nem ser patriota demais para ficar no mínimo indignado com essa situação. Com tais insatisfações e como formas de fortalecimento de ações em protesto surgiram nas redes sociais comunidades para discutirem o assunto. É o caso da comunidade Contra o aumento parlamentar do Orkut, criada no mesmo dia a votação.
A comunidade é aberta para não membros e conta com 3.458 membros (07/01/2011 as 12h). Os tópicos nos fóruns dessa comunidade reúnem informações sobre ações de protestos por Regiões e Estados. Entre! Participe.
No Facebook também temos um espaço Contra o Aumento dos Parlamentares 1.300 pessoas curtiram. No mural são divulgadas notícias e informações sobre manifestações com hora, local e data. Está faltado você curtir isso também!
Tais manifestações ganharam força no Twitter e podem ser acompanhadas pelas hashtags #aumentonao #naoaoaumento. Em Alagoas foi organizado um protesto no dia 28 de dezembro de 2010 as 15h em frente a Assembléia Legislativa do Estado. Com apitos e nariz de palhaço os manifestantes exibiram a faixa “Nunca se ganhou tanto para se fazer tão pouco por Alagoas”.
Nosso amigo @fleming_al ficou um período no Twitter solicitando sugestões de frases e a utilizada foi enviada por @ronaldfar . Os detalhes do protesto, notícias relacionadas e fotos podem ser vistas no perfil do protesto no Twitter @AumentoNaoAL
siga, apoie, divulgue e participe.
Durante a manifestação tive a oportunidade de conhecer @NoGomes @WaNdSsS @Will_Machado @ThalesVitor2012 @wiLLander @_izamasant @IgorMonteiro0o0 e outros que eu ainda não encontrei na twittosfera.
Pelas comunidades nas redes sociais e pelo Twitter convidamos vizinhos, amigos e familiares para se juntarem à causa. Visite e participe das comunidades, divulgue ações e protestos no seu Estado com fotos, vídeos e depoimentos. O ativismo online promove maior mobilização no engajamento dos grupos sociais e maior divulgação das ações por meio das redes. Ele não substitui o sair às ruas, o mostrar a cara, o fazer barulho e demonstrar nosso protesto nas vias públicas.
Que nesse 2011 cada um contribua no que puder, quer presencial, ou online, divulgando, tuitando, curtindo, subvertendo essa ordem que tem levado pra longe os ideais políticos, ideiais esses que devem atender somente o interesse público e não os partidários. Que seja um 2011 dos BloGuerreiros, dos @Ativistas comprometidos com a #webcidadania e a ciberdemocracia.